terça-feira, 18 de agosto de 2009

As coisas perdidas


   Não perdi, só não sei onde está. Minha caneta, meu livro, meu sono, meu tempo. Se achá-los, sei que ficará com eles. Aproveitei-os. A caneta talvez esteja sem tampa, sorte será se não estiver falha. O livro não pude ler, faça isso por mim. O sono é pesado e vem aos poucos. O tempo é o mais fácil de perdê-lo, difícil ganhá-lo.
   Em troca me dê um pouco disso que você chama de mente livre. Livre para estar onde quero estar. E então terei de volta o tempo do mundo, pois o meu faz parte de mim.
   Que eu me perca em mim e em mim mesma eu me encontre. Amém!


sábado, 15 de agosto de 2009

Um paradoxo?


   Hoje eu vi uma larva e senti uma repugnância tão grande que há tempos não sentia. Foi estranho. Como pode um ser tão pequeno ter me causado tamanho susto? Poxa, sou pequena, mas sou maior que ela. Sou fraca, mas sou mais forte. E por aí vai.
   Ainda estou surpresa como isso pode me abalar. Outrora, admito, me assustava ao ver baratas e aranhas, mas hoje quando as vejo só falta lhe fazer confidências. É, sou assim. Tão covarde e tão corajosa. O que sinto não é medo. Também sei que é algo que não posso explicar.
    Além disso, me sinto assim quando sei que tenho uma oportunidade. Quero aproveitá-la, agarrá-la com mãos e pés. Ela é minha e tenho assim por direito a chance de errar. Não posso, não quero!
   Ah, sou humana sei que errarei mais vezes do que acertarei, é que perder uma oportunidade me deixa menor que uma larva.
   Olhei aquele pedacinho de batata palha em cima da cadeira, ia tirá-lo, me aproximei, ela se mexeu...e algo em mim também.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Rotina

   Tenho de fazer todos os dias as mesmas coisas.
Ajo da mesma forma. Encontro as mesmas soluções. Digo o que já disse. Máquina. Me entedio no fim da tarde.

   Mas ainda posso fazer todos os dias as mesmas coisas. Agir de outra forma. Buscar novas soluções. Dizer realmente o que eu penso. Olhar o céu de sempre no fim da tarde.
   Como se fosse a primeira vez.